Lembro-me bem como se fosse hoje qual foi o primeiro jogo
de futebol que assisti na vida lá no Morumbi. Um inesquecível São Paulo X
Flamengo no Torneio Rio São Paulo com vitória do tricolor por 1 a 0 com gol do
Dodô. Nesse jogo vi o Romário em campo e o tamanho do estádio também me chamou
a atenção. Foi uma tarde de sábado inesquecível na companhia do meu pai. Depois
desse jogo ainda fui a outros tantos. Um deles a final do Rio São Paulo de 2001
com os gols do Kaká na e mais recentemente o jogo dos 5 a 0 do Tricolor contra
a Universidad de Chile pela Copa Sul Americana de 2012. Momentos de alegria que
me mostraram o lado bom do esporte e de ir a um estádio de futebol.
O jovem Kevin Beltran Espada. Morto aos 14 anos pela irresponsabilidade de um torcedor |
Imaginem então o que estava pensando o jovem Kevin Beltran
Espada (foto), de 14 anos, que seguramente foi levado ao estádio Jesús Bermúdez, em Oruro (BOL), pelo pai para assistir ao
jogo entre San Jose e Corinthians no primeiro jogo das equipes na Taça
Libertadores da América de 2013. O jovem estava diante de um jogo entre o
inexpressivo clube boliviano contra o atual campeão mundial de clubes que em
dezembro passado venceu o milionário elenco do Chelsea. Que baita recordação
ele teria desse dia. Pois bem, teria. O torcedor foi atingido por um
sinalizador lançado pela torcida corintiana e morreu. Isso mesmo. O rapaz
morreu.
Em momentos como este voltamos a debater um
assunto que já está virando lugar comum: a violência nos estádios. Até quando
torcedores vão se achar superiores a tudo e a todos e vão cometer casos como o
desta quarta-feira?
É lamentável a falta de noção e de
responsabilidade por parte do torcedor que fez isso. Ter paixão por um time é
algo natural e bonito, mas usar essa paixão para tirar a vida de outra pessoa é
algo muito baixo. Ainda mais uma torcida como a corintiana que passou o ano de
2012 tendo enorme destaque na mídia pela festa que fez nas conquistas da
Libertadores e do Mundial. Uma torcida que em dezembro era comparada a fiéis de
uma religião hoje são alvo dos olhares tortos de serem os responsáveis pela
morte de um jovem torcedor. Que baita bola fora de um do “bando de loucos”.
Que esse fato sirva como último trágico
exemplo do que não deve ser feito em estádios de futebol. Também vale destacar
que todas as torcidas dos grandes times do Brasil já se envolveram em fatos
como esse. O que é ainda pior para a imagem do futebol brasileiro.
Os órgãos públicos têm de dar um basta nisso
para que possamos ver mais sorrisos e menos lágrimas no futebol. Mas
convenhamos que não há punição para o autor desse ato que seja compatível com o
tamanho da dor que a família do jovem Kevin está sentindo. Mas algo deve ser
feito. E pra já!
(A festa corintiana na final da Taça Libertadores de América de 2012) Momentos bonitos como este devem estar sempre presentes nos estádios |
Os clubes sustentam bandos de loucos pelo Brasil todo.
ResponderExcluirA mídia esportiva elogia, enaltece em imagens, vídeos, programas esportivos e de variedades todo o comportamento das torcidas. Anuncia nos jornais, rádio, televisão, internet, os jogos como guerras.
O poder público pouco ou quase nada fazem esbarrando-se na Justiça de dois pesos e duas medidas. E as federações de futebol não toma decisões exemplares na punição a esse tipo de acontecimento.
Kelvin é mais um para a estatística triste e trágica do futebol. Infelizmente!
Belo texto Renan, abços.
Lupércio Ailton Nery Palhares
Triste notícia! Tenho 55 anos e vivi uma época que podíamos ir aos estádios acompanhando amigos, torcedores de outros clubes e TODOS nos divertíamos de forma sadia. Com gozações e brincadeiras, mas sem violência. A violência deve ser banida de qualquer situação social, em nossas vidas. Mas, infelizmente, no caso do futebol, creio que a mídia, principalmente a televisiva, tem uma certa influência negativa ao realçar o fanatísmo de algumas torcidas organizadas. Não é só a do Corinthians, não! São todas elas, infelizmente.
ResponderExcluirEssa situação precisa mudar, urgente! Gilberto Afonso
Realmente é lamentável. Concordo com você que os órgãos públicos pouco fazem para conter a violência nos estádios,mas quero ressaltar também o fanatismo não só visto nas torcidas organizadas e nos estádios,mas no nosso cotidiano. Como educadora, presencio crianças muito pequenas,já influenciadas pelos pais, extremamente fanáticas e até chegando a violência física e verbal em relação ao seu time do coração. Precisamos conscientizar esses pais ,que é com o exemplo que se educa e que o seu filho que briga hoje no colégio com o amiguinho por motivos tão fúteis como esse,pode infelizmente estar nas estáticas da violência do futebol no futuro.
ResponderExcluirExcelente texto Renan. Estou muito orgulhosa e adorando acompanhar seu blog. Bjos Patrícia Carapina