13 de jun. de 2013

O gigante não está mais adormecido

Ah o Brasil. País maravilhoso que conta com as praias mais bonitas, o clima mais agradável e a miscigenação cultural mais perfeita e completa. País esse que quando achado por portugueses em 1500 foi tido como o que tinha terras em que se plantando tudo dá. Um verdadeiro Oasis do lado de cá do Atlântico, não?

Pois bem. Depois de se erguer como território, o Brasil dia após dia foi ganhando em seu DNA cultural ranços de país onde a corrupção, a baderna e a impunidade imperariam sem que a população pudesse fazer grandes coisas para impedi-la, afinal o povo se tornaria muito manipulado e catequizado para pensar que não poderia fazer nada para mudar a realidade do país e sempre crer que dias melhores viriam.

E cá estamos nós 513 anos depois do “achamento” do país (mesmo que seguramente muita gente nem tenha se lembrado que o Brasil fez aniversário no último dia 22 de abril, mas isso é outro assunto) assistindo a um fato que acredito ser um grande divisor de águas na história desta nação: as manifestações em São Paulo contra o aumento das passagens de ônibus e metrô da cidade.

Já publiquei aqui neste blog o texto A neo democracia em que analiso o que na época despontava como sendo uma grande tendência no país: o cyberativismo. Porém, há exatos três meses desde que escrevi sobre o assunto, ressurge na minha cidade ao que me parece com muita força o anseio de parte da população voltar a usar as ruas como palco de manifestações para que mudanças concretas sejam vistas na nossa sociedade.

Parece que não há mais formas de o governo encher o bolso com tanta grana. Talvez seja o caso de a medicina estudar a fundo o que se passa na cabeça da maioria dos nossos governantes que devem alguma doença muito séria que fazem com que eles tenham tanto desejo por dinheiro. É coisa de louco isso.

Aí vemos na maior cidade do país muitos jovens indo às ruas e protestando contra o aumento de R$ 0,20 nas passagens dos coletivos. Para parte da população esse aumento é irrisório, mas é bom que saibam que já há famílias pobres que por conta desse aumento estão ficando sem comer para poderem continuar custeando a sua condição do dia a dia para irem trabalhar e ganharem seus míseros reais em valores próximos ao do salário mínimo (que hoje é de R$ 678,00).


O protesto seria lindo, não fosse o fato de que meia dúzia de pseudo-revolucionários decidirem depredar o patrimônio público com o anseio de que de fato a mídia desse voz a essa ação popular. Sou jornalista e por isso não sou ingênuo de saber que ônibus pegando fogo e policial sendo apedrejado é muito melhor para os veículos venderem e terem audiência do que entrevistar pessoas de bem que unicamente marcham pacificamente no meio da massa que deseja mudanças na sociedade.

Que me desculpem os entusiastas desse “quebra-quebra”, mas lugar de baderneiro é de fato na cadeia. Ninguém tem o direito de depredar o patrimônio público e é muito paradoxal que pessoas que reclamam da qualidade do transporte público sejam as mesmas que deixam no dia seguinte milhões de cidadãos sem ônibus – aquele que custa R$ 3,20 - para irem ao trabalho no dia seguinte.

Mas sou um eterno otimista que o meu país ainda terá jeito e que os civis ainda farão uma grande revolução por aqui, mas com quebra-quebra fica muito feio. Não precisamos apelar para conquistarmos os nossos direitos.

É como bem disse em seu perfil no Facebook a minha colega jornalista, Júlia Rodrigues: “enquanto não banirem os ‘manifestantes’ que gritam contra o capitalismo e filmam com seus iPhones os amigos ‘revolucionários’ pichando o símbolo da anarquia, não conseguirei levar a sério o movimento”.

Esses pseudo-anarquistas devem ter apenas razões políticas para embasar esses atos. Até porque no nosso país grande movimentos têm sempre apoio e respaldo de partidos políticos, como PSTU, PCO, PSOL e PC do B – conhecidos por terem um DNA formado por militantes esquentadinhos e baderneiros. E tenho certeza que é o que está acontecendo em São Paulo.

Mas essas manifestações têm algo de muito relevante: a população pode ser seduzida a engrossar esse coro e começarem a lutar por melhorias no nosso país que clama há muito tempo por uma faxina completa no comando dos Órgãos Públicos. O país há tempos é um barril de pólvora e me parece que finalmente alguém está riscando o fósforo para que mudanças sejam feitas.

Comentam sobre o valor das fianças que poderá ser pago por manifestantes que foram presos. Sugiro que a fiança seja pagar pelo reparo dos ônibus que, segundo o que meu colega Fernando Nowikow disse, cada um custa entre R$ 100 e 500 mil, fazem 11 milhões de viagens por dia, há o Bilhete Único que permite fazer quatro viagens por até três horas pagando somente uma condução (que pode ser paga com meia tarifa por idosos, crianças e estudantes).

Quem quer liderar as mudanças de uma sociedade tem que ter responsabilidade em seus atos. Por isso sou totalmente contra essa rebeldia de jovens seguramente de classe média que resolvem aliviar as tensões de seu dia a dia depredando o patrimônio público. Usar a força para ser ouvido nunca será a melhor maneira de atingir seus objetivos e ganhar a simpatia e a confiança das pessoas.

Vamos sim nos organizar, sair às ruas e mostrar que não agüentamos mais as bagunças que os nossos governantes fazem na nossa sociedade, mas sem transformar as ruas em palco de guerra. Acampar em frente a prédios públicos, entoar cânticos, reivindicar audiências com governantes, entregar abaixo assinado, entre outras ações são a melhor maneira de conseguirmos resultado. Caso contrário os movimentos apenas ganham a antipatia da população e não são levados a sério por nossos governantes que não se veem na obrigação de atenderem às reivindicações.

Espero sinceramente que a exemplo do que mostra a propaganda da Johnnie Walker, o gigante – que é a população de bem do nosso país – tenha de fato acordado e que comece a mostrar a sua força diante dos problemas do nosso país.

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos...


Este blog se propõe a ser um espaço para a pluralidade de opiniões, portanto pode ficar a vontade para deixar seus comentários sobre os textos aqui publicados.

11 de jun. de 2013

Uniforme high tech

Na vida estudantil há milhares de desejos que rondam a mente do estudante: conquistar a gatinha ou o gatinho da turma, ser o cara ou a mina mais popular do colégio, não ter que fazer lição de casa, ter aula vaga, entre outros tantos pensamentos que com toda a certeza mais de 90% dos alunos brasileiros têm ou já tiveram. E quem nunca teve muita vontade de conseguir matar aula saindo escondido das dependências escolares para ir ao shopping, ao clube, ao cinema ou voltar para casa e ficar jogando vídeo-game ou dormindo? Sim nobre leitor e leitora, este blogueiro conseguiu ler a sua mente.

É bem verdade de que em alguns estabelecimentos escolares do país estudantes podem conseguir pular o muro e ficar na rua enquanto deveriam estar estudando. Trata-se de escolas em regiões mais pobres onde há poucos (ou nenhum) funcionários que fazem ronda no local para evitar a evasão escolar. Mas essa questão é bem mais ampla do que parece.

O fato de um aluno estar sujeito a conseguir sair da escola é um problema não apenas educacional, mas sim de segurança pública. Crianças na rua sem acompanhamento de um adulto é um convite e tanto para que coisas ruins aconteçam. Razão pela qual uma escola particular de Santos inovou na forma como cuida dos seus alunos.

O Colégio Onis – localizado no bairro da Ponta da Praia – diz ser a primeira escola particular do Brasil a colocar um chip nos uniformes dos alunos para identificar poder localizar os estudantes. O uso desse novo uniforme ainda é opcional e dos 400 alunos do colégio, 70 já aderiram a essa nova vestimenta no primeiro mês de implantação.

O detalhe da etiqueta com chip. Medida louvável que deve ser copiada por todas as escolas do país
Os responsáveis pelos estudantes recebem um SMS que avisa quando o aluno entra e sai da escola e aqueles alunos mais espertinhos que tentarem burlar o sistema há uma triste notícia: para evitar erros, a lista dos alunos que têm as etiquetas eletrônicas é gerada ao final das aulas e entregue ao professor de cada turma, que checa a presença de todos. Ou seja, se a criança ‘monitorada’ não estiver na escola os responsáveis serão informados.

O uniforme passou por testes de durabilidade que atestam a sua eficiência. Os pais gastam apenas R$ 5,00 por etiqueta eletrônica colocada nos uniformes e demais itens – que pode ser a mochila da criança. Além disso, é preciso pagar taxa mensal de aproximadamente R$ 20,00, pelas mensagens enviadas aos celulares e quem aderir ao sistema recebe ainda informações pelo telefone sobre as atividades do estudante na escola, como lições e trabalhos que deixaram de ser feitas.

O assunto pode dividir opiniões, mas para este blogueiro é uma medida louvável que deve ser usada em todas as escolas do país. Esse chip pode auxiliar e muito na segurança dos nossos alunos que não devem se sentir ultra-vigiados uma vez que têm por obrigação comparecer a todas as aulas, exceto em caso de doença e de emergências pontuais. Sem contar que esse chip é um aliado e tanto dos órgãos de segurança que ganharam um novo mecanismo para auxiliar possíveis casos de sequestros.

É a tecnologia sendo usada de modo a melhorar a vida das pessoas.


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