É meus amigos e minhas amigas. Este blogueiro é mais um
dos milhares de jornalistas que estão em busca de uma de uma recolocação
profissional neste meio que está passando por mudanças que nem mesmo o mais
experiente dos jornalistas sabe ao certo aonde isso vai nos levar.
As redações assistem a demissões em massa para a redução
de gastos; enxugamento de cadernos; contratação de estagiários, freelas e PJ’s
para que com isso haja menos investimento em salários e em vínculos
empregatícios; entre outros fatos que já fazem parte do dia a dia do mercado
jornalístico deixam os profissionais – empregados ou não – ainda mais atentos
ao que poderá se tornar o jornalismo desse futuro que parece estar cada vez
mais perto.
E fatos como esses acontecem logo em um nicho profissional
que tem como atores principais profissionais que representam o dito quarto
poder do Estado e que sempre são lembrados como grandes detentores de
conhecimento. Mas ao que me parece – e acredito não ser o único a enxergar isso
– é que toda essa grife que os jornalistas têm só serve para massagear seus
egos e muitos ignoram esse espírito social deixando de lado algo que seria de
fundamental importância para o futuro da categoria que é a organização desses
profissionais em grupos que militem por melhorias no jornalismo brasileiro.
Quem consegue enxergar uma luz no fim desse túnel?
Algo que me chama muito a atenção: como é que pode ser
possível que profissionais tão letrados e politizados fiquem tão resignados
diante de um cenário que a cada dia segrega mais e mais profissionais cheios de
vontade de trabalhar, mas que se veem diante de um mercado sem verba para
investimentos ou que prefere investir cada vez mais em mão de obra barata e que
topa qualquer parada na hora de trabalhar?
Essa situação para mim se parece muito com a do mito da
Torre de Babel que segundo consta na Bíblia, começou a ser construída numa
época em que o mundo inteiro falava a mesma língua e com as mesmas palavras. Sendo
assim, a Torre seria construída por essa população com o intuito de chegar ao
céu porque o homem queria ser como Deus. Deus, então, parou este projeto ao confundir
a linguagem de cada um para que todos passassem a falar línguas diferentes. O
resultado? Eles não conseguiram mais se comunicar e o trabalho foi parado.
É a sensação que tenho. São muitos jornalistas falando
sobre as necessidades de mudanças, que é preciso ter mais investimento nos
veículos, que jornalistas não podem se sujeitar a trabalhar tanto ganhando
pouco e com acúmulo de funções e há pouca gente que de fato escuta tudo isso e
se mostra sensível em arregaçar as mangas e mudar esse atual cenário dessa
profissão que acredito ainda manter certo glamour.
Ao que me parece também os discursos politizados dos
jornalistas que clamam por mudanças na política do país não se fazem ouvir por
eles próprios quando é necessário se unir para militarem em prol de políticas
públicas que possam beneficiar os meios de comunicação. Muito embora eu saiba
também que há todo um imbróglio com relação, por exemplo, às concessões de TVs
e Rádios (mas isso é assunto para outra postagem).
A exemplo do que vimos com o Jamanta (interpretado pelo ator
Cacá Carvalho) na novela global “Torre de Babel” (de Silvio de Abreu), espero
de verdade que os jornalistas idealizados por este escrivinhador de fatos não
tenham morrido.
Há inclusive um excelente texto que trata desse
assunto no site da Página 22. Acesse o link para ler Imprensa sem papel.
|
Sei que não tenho ainda muita experiência profissional e
peço desculpas se estou cometendo algum grande erro nesta análise. Apenas estou
sendo guiado pela minha paixão pelo jornalismo que é fortemente pautada em
outro mito, o do Super Homem. Mas fiquem a vontade para me interpretarem da
forma como preferirem e podem deixar seus comentários se desejarem, afinal este
blog se propõe a ser um espaço da pluralidade de opiniões.
Charge extraída do site OJornalista.com |
Na faculdade, o professor Jorge Tarquini certa vez disse que não existe revolução de cima pra baixo. Não concordo integralmente com esse pensamento, mas, nesse caso, ele reflete boa parte do que penso.
ResponderExcluirRealmente, há temores bem fortes de todo mundo que trabalha em redações e com a parte editorial do Jornalismo. E é claro que eu, como jornalista, não gosto de passaralhos, cortes, demissões em massa e etc. Mas eu tento enxergar o outro lado - não só nessa questão:
Existem vários jornalistas que não merecem essa alcunha. Lidam com fontes, fazem entrevistas e tem seus textos como qualquer outro dessa área; mas escrevem mal, apuram mal, entrevistam mal, se contentam em fazer ~~grandes reportagens~~ na base do press release, do e-mail e do telefone e ficam satisfeitos apenas em publicar esse material, sem o mínimo de auto-crítica e olhar para ver o que as pessoas acham do trabalho feito.
Se esses são maioria eu não sei, mas eles são muitos.
As próximas etapas da bola de neve são óbvias: com tantos erros no trabalho a audiência do veículo cai; o empregador começa a perder espaço na mídia; e tem que fazer demissões por não dar conta de tanta gente em sua área editorial.
Acho que uma redação ainda pode ser grande se um bom trabalho for feito por boa parte (pra não dizer todos, já que seria uma espécie de heresia) de quem está lá dentro. Sem preguiça, com o respeito ao que foi ensinado na faculdade, com inspiração e com amor. O problema é muitos dos jornalistas que reclamam e não ouvem não olham para o próprio umbigo, para ver em si mesmo quais são os seus defeitos profissionais.
É complicado...
O problema é o choque causado pela internet no jornalismo impresso e de TV etc. Como resolver isto? Com o definhamento do jornalismo impresso, o que vai fazer o jornalista? Por enquanto prolifera o "jornalismo" de internet, onde todo mundo é "jornalista". Deus nos acuda!
ResponderExcluir