18 de abr. de 2013

O mocinho do horário nobre


Como jornalista eu sei muito bem que tanto na TV como em todas as outras mídias a audiência é sempre o maior objetivo para que programas e sites continuem no ar enchendo o bolso de quem os mantém. Mas convenhamos que na TV aberta brasileira a qualidade dos programas está longe de ser a ideal para que os conteúdos exibidos possam vir a formar uma sociedade mais crítica e politizada.

É só ligar o aparelho inventado por Philo Farnsworth, nascido em Utah em 1906, para se ver uma enormidade de programas com baixíssimo valor intelectual. Mil e um que vivem das fofocas da vida de celebridades; outros que estampam glúteos empinados que quase saltam da tela; além é claro das telenovelas que até abordam temas da sociedade, mas que poderiam ter melhores análises em reportagens investigativas, debates e documentários.

Por isso neste texto farei uma análise bastante breve sobre o seguinte tema: quem é o homem do século XXI? Mas o que o homem deste século tem a ver com os programas de TV brasileira? Tudo!

O público masculino, desde que Assis Chateaubriand trouxe o primeiro televisor para terras tupiniquins em 1950, passou a ser telespectador de um mundo televiso que o enxerga como maior consumidor de telejornais, programas e eventos esportivos, filmes de ação e programas onde as curvas femininas são as protagonistas. Já na contramão dessa “via” as mulheres ficam com os programas de cuidados da família e do lar, os de auditório e as telenovelas.

Eis o galã sonhado por 11 em cada 10 mulheres, mas eu não caio nessa de que "esse cara" é ele!
Ah as telenovelas. Onde os casos de amor mais impossíveis são resolvidos. Onde bandidos vão parar no xilindró. Onde os mocinhos são altos, fortes, bonitos, valentes...

Eis os responsáveis por este texto. Os mocinhos do horário nobre. Em questão os que estão na novela Salve Jorge. Galãs (ou não) cheios de fãs interpretam papeis que mostram tudo o que “o cara” de hoje em dia não pode querer copiar. Há um pai que coloca a filha contra a mãe. Outro que pega várias e ainda mora com a mãe. Um malandro que xavecava outra mulher debaixo do nariz da esposa. Um homem casado que se pega aos beijos dentro de uma caverna com outra e outro que trai a esposa e mantém o relacionamento mesmo sabendo que a oficial sabe disso. Outro “bundão” que deixa a mulher o menosprezar na frente dos clientes do bar. Isso para citar apenas alguns.

Porém, alguns canais para frente quase no mesmo horário ao da novela global há um programa que para quem assiste apenas os canais abertos pode acompanhar sem a menor preocupação. Ele é o Todo Seu, apresentado por Ronnie Von desde 2004, e que nesta sexta-feira (19/4) chega a marca de 2.000 programas na TV Gazeta.

O Todo Seu tem o formato de revista e diariamente leva ao ar entrevistas com artistas, musicais, homenagens a grandes homens e mulheres do mundo, conselhos sentimentais e outros tantos assuntos que fazem com que a TV brasileira ainda possa respirar em meio a tanta coisa ruim que temos o desprazer de ver aos montes.

Elegante, sensível e talentoso. Este é Ronnie Von, o "galã" que deve ser copiado pelos homens que querem ser notados pelas mulheres
Ronnie mostra como ainda é possível se fazer TV com qualidade para a família brasileira e sem baixaria. No Todo Seu o homem brasileiro pode ver como se portar no mundo moderno, tratando a mulher como deve ser tratada, sendo elegante, inteligente, sensível e com tudo isso dizer que é um homem de verdade. O que o grande público não vê na novela global.

Se nos áureos anos da Jovem Guarda os homens queriam fazer o sucesso que ele fazia com as “bonitinhas” fãs do cantor (entre elas a minha mãe), nestes anos 2010 os “bonitões” devem querer continuar a ser como ele, que para este blogueiro é o homem que na TV aberta brasileira mais se adéqua ao que é o homem do século XXI sendo de fato o mocinho do horário nobre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário