16 de abr. de 2013

“Estol comtratádu?”


Não meus amigos, este jornalista não bebeu todas e resolveu escrever este texto deixando de lado o português correto. Apenas faço a seguinte pergunta: “Estol comtratádu?” Essa é a pergunta que poderá ser feita por muitos jovens que estão em busca de emprego.

Mas calma, antes de explicar a razão desta aspa vou convidá-los a pensar como seria o nosso país dos sonhos. Imaginemos que a educação brasileira é tida como a melhor do planeta. Professores têm boas condições de trabalho e salários condizentes com o importantíssimo papel que esses profissionais têm na sociedade. E como consequência direta desse fato os alunos aprendem todo o conteúdo passado por seus professores, passam a ter mais bagagem cultural e podem sonhar com um ótimo futuro profissional se destacando nos vestibulares e se tornando peças importantes em seus empregos. Lindo, não? Pena que ainda estamos muito longe de termos tudo isso neste Brasilzão.



A educação vai de mal a pior e os jovens sofrem com a falta de bons exemplos que os façam crerem que investir nos estudos trará bons resultados para as suas vidas. E é justamente por isso que o mercado de trabalho vem se deparando com universitários que mal sabem escrever palavras simples do dia-a-dia.

É o que revelou uma pesquisa feita pelo Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios) que mostrou que estudantes estão perdendo contratos de estágio porque derrapam – e muito – no português. Dentre os jovens que participaram da pesquisa, 28,8% perderam a oportunidade de conseguir um estágio por causa dos erros de português. Essa deficiência se comprovou após o Nube realizaram um texto simples com os candidatos: um ditado de 30 palavras. Eram tolerados até sete erros, mas nem essa margem foi suficiente para ter muitas aprovações.

Até mesmo estudantes universitários mostraram fragilidades no português. Por mais improvável que possa parecer os dois cursos que lideram esse ranking são: Pedagogia (50% de reprovação) e Jornalismo (49%). Já o curso de Comércio Exterior lidera as aprovações com 83%.

Esse fato apenas evidencia numericamente um fato que observo faz tempo: a educação básica não consegue mais formar bons alunos (sendo que muitos deles vão passando de ano sem aprender), os jovens têm preguiça de estudar e ler e o advento da tecnologia e das redes sociais fazem com que os jovens se habituem a escrever errado e de maneira cifrada e quando precisam escrever de forma correta mal sabem grafar palavras como: censura, licença e flexível (vide e reportagem completa que motivou este post).

Até quando teremos situações como esta no nosso país? Enquanto muitos pensam em Copa do Mundo de Futebol eu penso que se entrarmos de verdade em uma Copa do Mundo da Educação, ficaremos pelo caminho ainda na fase de classificação perdendo de goleada para países como Argentina, Chile, Israel, Nova Zelândia e Cingapura que está na nossa frente em ranking de qualidade da educaçãomundial.



É como diriam por aí: “É, não está fácil para ninguém!”.

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