16 de abr. de 2013

Eleição de baciada

Se há uma área que seguramente vocês verão com freqüência aqui neste blog é a política. Então se preparem para este e outros textos.

Pois bem. Na semana passada li uma nota dando conta de que há um projeto tramitando na Câmara dos Deputados, em condição de ser votado em Plenário, que institui eleições a cada quatro anos no Brasil. A proposta, se aprovada pelo Congresso e pela Presidência da República, fará com que as eleições no Brasil sejam realizadas a cada 48 meses fazendo com que Presidente, Senadores, Deputados (Federal e Estadual), Governadores, Prefeitos e Vereadores sejam eleitos todos em uma mesma eleição. Mas o que essa mudança pode trazer para o sistema eleitoral e para a sociedade brasileira?

Penso que como tudo o que envolve a política do nosso país terá em algum momento algum fato envolvendo corrupção, ainda mais quando o assunto é a manutenção de políticos em seus cargos. Mas se há algo que vejo que no Brasil ainda precisa de mudanças é o sistema eleitoral. O voto ser obrigatório é um enorme atraso. O país deveria dar o direito democrático de o cidadão escolher se quer ou não votar. Isso só para dar um exemplo. Mas vamos ao que interessa que é a análise da notícia a cima.

Acredito que eleger todos os candidatos de uma só vez vai aumentar muito a pressão de candidatos em seus “currais eleitorais” para que os seus eleitores votem neles e em que eles apoiarem. A disputa eleitoral que já é extremamente acirrada ganhará ainda mais rivalidade entre candidatos. Sem contar que caso essa proposta for aceita poderá haver um pensamento dos partidos de se “vender a ideia” para os eleitores votarem em blocos de candidatos sugeridos pela agremiação. O que poderá fazer mais pressão para o eleitor mais humilde e sem escolaridade de que ele deverá votar em quem o partido quer sem pensar nas propostas e na biografia dos candidatos. Será uma eleição de candidatos feita de baciada. Um montão de políticos colocados no mesmo balaio eleitoral.

Sete candidatos a cada quatro anos? A ganância pelo poder diz "Amém!"

As alianças entre partidos também poderá sofrer mudanças, uma vez que os interesses entre legendas deverá ser analisado com ainda mais profundidade porque as siglas não terão outro momento para atingirem seus objetivos. Se o resultado alcançado não for o esperado a espera para uma nova chance será maior.

Outra resultante ruim desse novo processo eleitoral é que o cidadão já acha um saco ter que votar e nem sempre se lembra em quem votou. Imaginem então se o cidadão tiver que votar em sete candidatos de uma só vez? Será uma experiência maçante o eleitor ter que apertar 24 números para eleger pessoas que pouco se preocupam com os problemas da vida dele – salvo algumas exceções de candidatos que de fato fazem um bom trabalho.

Uma dúvida que tenho é pensar como seriam organizadas as propagandas eleitorais em TV e rádio com esse novo modo eleitoral. Será que o período da campanha será ampliado para que todos os candidatos tenham voz nos meios de comunicação de massa ou a cada dia da semana um tipo de candidato (presidente, senador, governador...) levará ao ar as suas propostas?

O bom disso tudo é ver que o Brasil está caminhando – ainda que a passos lentos e sem um rumo bem definido – para uma reforma política. Mas o mais importante não é a reforma política em si, mas sim o que ela trará de resultados para a sociedade brasileira: uma educação de qualidade para que todos possam formar a sua massa crítica e que com isso possam eleger melhores representantes, afinal de contas já estamos fartos de tanta corrupção e impunidade no nosso país.

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