Pois bem. Na semana passada li uma nota dando conta de que há um projeto
tramitando na Câmara dos Deputados, em condição de ser votado em Plenário, que
institui eleições a cada quatro anos no Brasil. A proposta, se aprovada pelo
Congresso e pela Presidência da República, fará com que as eleições no Brasil
sejam realizadas a cada 48 meses fazendo com que Presidente, Senadores, Deputados
(Federal e Estadual), Governadores, Prefeitos e Vereadores sejam eleitos todos
em uma mesma eleição. Mas o que essa mudança pode trazer para o sistema
eleitoral e para a sociedade brasileira?
Penso que como tudo o que envolve a política do nosso país
terá em algum momento algum fato envolvendo corrupção, ainda mais quando o
assunto é a manutenção de políticos em seus cargos. Mas se há algo que vejo que
no Brasil ainda precisa de mudanças é o sistema eleitoral. O voto ser
obrigatório é um enorme atraso. O país deveria dar o direito democrático de o
cidadão escolher se quer ou não votar. Isso só para dar um exemplo. Mas vamos
ao que interessa que é a análise da notícia a cima.
Acredito que eleger todos os candidatos de uma só vez vai
aumentar muito a pressão de candidatos em seus “currais eleitorais” para que os
seus eleitores votem neles e em que eles apoiarem. A disputa eleitoral que já é
extremamente acirrada ganhará ainda mais rivalidade entre candidatos. Sem
contar que caso essa proposta for aceita poderá haver um pensamento dos
partidos de se “vender a ideia” para os eleitores votarem em blocos de
candidatos sugeridos pela agremiação. O que poderá fazer mais pressão para o
eleitor mais humilde e sem escolaridade de que ele deverá votar em quem o partido
quer sem pensar nas propostas e na biografia dos candidatos. Será uma eleição
de candidatos feita de baciada. Um montão de políticos colocados no mesmo
balaio eleitoral.
Sete candidatos a cada quatro anos? A ganância pelo poder diz "Amém!" |
As alianças entre partidos também poderá sofrer mudanças, uma vez que os interesses entre legendas deverá ser analisado com ainda mais profundidade porque as siglas não terão outro momento para atingirem seus objetivos. Se o resultado alcançado não for o esperado a espera para uma nova chance será maior.
Outra resultante ruim desse novo processo eleitoral é que
o cidadão já acha um saco ter que votar e nem sempre se lembra em quem votou.
Imaginem então se o cidadão tiver que votar em sete candidatos de uma só vez?
Será uma experiência maçante o eleitor ter que apertar 24 números para eleger
pessoas que pouco se preocupam com os problemas da vida dele – salvo algumas
exceções de candidatos que de fato fazem um bom trabalho.
Uma dúvida que tenho é pensar como seriam organizadas as
propagandas eleitorais em TV e rádio com esse novo modo eleitoral. Será que o
período da campanha será ampliado para que todos os candidatos tenham voz nos
meios de comunicação de massa ou a cada dia da semana um tipo de candidato
(presidente, senador, governador...) levará ao ar as suas propostas?
O bom disso tudo é ver que o Brasil está caminhando –
ainda que a passos lentos e sem um rumo bem definido – para uma reforma
política. Mas o mais importante não é a reforma política em si, mas sim o que
ela trará de resultados para a sociedade brasileira: uma educação de qualidade
para que todos possam formar a sua massa crítica e que com isso possam eleger
melhores representantes, afinal de contas já estamos fartos de tanta corrupção
e impunidade no nosso país.
Este blog se propõe a ser um espaço para a pluralidade de opiniões, portanto pode ficar a vontade para deixar seus comentários sobre os textos aqui publicados e não se esqueçam também que o blog também tem uma página oficial no Facebook onde o seu "like" é sempre bem vindo!
Este blog se propõe a ser um espaço para a pluralidade de opiniões, portanto pode ficar a vontade para deixar seus comentários sobre os textos aqui publicados e não se esqueçam também que o blog também tem uma página oficial no Facebook onde o seu "like" é sempre bem vindo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário