Quem nunca teve que utilizar o sistema do Google Maps para
saber como chegar a um local? Mas esse serviço do Google apenas auxilia pessoas
que precisam se locomover de carro, transporte público ou a pé. Então como será
que um cadeirante consegue fazer uso desses mapas? Essa resposta chegou até mim
dia desses acompanhando ao noticiário. Vi uma reportagem mostrando que o
sistema do Google Maps poderá contar com a opção de escolher o melhor trajeto
para que um cadeirante possa sozinho andar pela cidade.
Na imagem até vemos uma rampa de acesso, mas onde está a faixa de pedestre? Isto está errado! |
Trata-se de um projeto
assinado pelo brasileiro Eduardo Batiston que é diretor executivo de criação da
empresa de comunicação digital AgênciaClick Isobar. Esse projeto é chamado de “Acessibility View” e venceu um
concurso promovido pelo próprio Google que já se mostrou bastante interessado
em torná-lo real. E não apenas para o Brasil como para todo o planeta (no vídeo abaixo você vê uma breve explicação desse projeto).
É ótimo ver que a inclusão também está presente no mundo
digital. Mas o grande problema que ainda há que se resolver é garantir que
tanto cadeirantes quanto os pedestres tenham calçadas em perfeito estado de
conservação. Ainda mais para os cadeirantes, que também precisam que os
passeios públicos tenham o recuo necessário para a sua locomoção, bem como que
se tenham rampas por onde eles possam subir e descer em um quarteirão.
Obstáculos enfrentados pelos cadeirantes no dia a dia... |
E não precisamos ir muito longe com essa análise. Basta
olharmos se é possível que um cadeirante trafegue pela rua onde moramos. Na rua
onde moro, por exemplo, uma pessoa com cadeira de rodas teria muitas
dificuldades de andar pelas calçadas. Onde não há buracos no passeio público há
postes que tornam o espaço ainda menor. Sem contar que a largura das calçadas
não é a mais adequada para o trânsito de uma cadeira de rodas.
Em São Paulo há muitas calçadas precisando de reparos e em
janeiro de 2012 entrou em vigor uma lei municipal que coloca o dono do imóvel
como responsável por manter a sua calçada em ordem. A multa é de R$ 300,00 por
metro de calçada irregular. Algo que este humilde blogueiro concorda bastante.
Mas em regiões de grande aglomeração de comércios e de empresas poderia haver
uma maior fiscalização para que os cadeirantes possam transitar sem maiores
problemas. Fernando Haddad, prefeito de São Paulo recém empossado, diz que quer
mudar a maneira como essas multas são aplicadas (foram mais de 6.000 em 2012).
Haddad quer primeiro que os fiscais detectem o problema, informem o dono do
imóvel e dêem um tempo para que o reparo seja feito. Hoje a multa é aplicada
sem uma notificação prévia.
Até mesmo um carrinho de bebê enfrenta problemas com as calçadas paulistanas. Isso tem que mudar! |
Não podemos esquecer que é muito difícil deixar uma cidade
como a capital paulista com todos os problemas resolvidos, mas se houver um
trabalho conjunto entre poder público e a sociedade civil poderemos ter uma
cidade cada vez melhor. Todo cidadão quer viver em uma cidade melhor, basta
saber qual a melhor maneira de poder tornar isso possível. Ainda mais em
regiões mais pobres onde o nível de instrução das pessoas é menor.
Eu acredito que a minha cidade e o meu país ainda têm
jeito. E você?
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